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VOCÊ SABIA? EXISTEM DIFERENTES TIPOS DE ALBINISMO EM GATOS!

Atualizado: 5 de jul. de 2019

Nem sempre um bichano albino será totalmente branco! Entenda neste post os diferentes tipos de albinismo que podem ocorrer nos gatos.




Quando se ouve a palavra albino, logo se imagina um ser totalmente branco e com olhos bem claros - azuis ou vermelhos. Porém, para os gatos, essa regra nem sempre é válida. Mas calma! Vamos começar pelo começo (rsrs).



O que é o albinismo?


O albinismo, como brevemente descrito em outro post do blog, é uma condição rara, hereditária, congênita (característica que acompanha o indivíduo para a vida toda), e que é caracterizada pela deficiência da produção do pigmento melanina no organismo. Esse pigmento é o que dá cor aos olhos, pele, pelos e cabelos, ou seja, a sua ausência torna os portadores dessa condição muito brancos, com olhos azuis ou vermelhos e pelos ou cabelos muito claros (extremamente loiros ou brancos).


Assim, mamíferos (como os gatinhos) produzem dois tipos de melanina: a eumelanina, pigmento para a coloração preta, e a feomelanina, pigmento para a coloração laranja. Esses pigmentos são produzidos a partir da tirosina, e esse processo só pode ocorrer com o auxílio de uma enzima chamada tirosinase, que é responsável por acelerar a transformção da tirosina em outra molécula. Porém, mutações no gene, com o nome de TYR, responsável pela produção da tirosinase, levaram à formação de um novo alelo que produz uma tirosinase mal funcional, o que consequentemente ocasionará na perda total ou parcial da produção de melanina, caracterizando a condição do albinismo.


Mas... como o albinismo ocorre nos gatos?


Além do alelo original (chamado de C) do gene TYR, que leva à produção da tirosinase funcional, de tal modo que o gato não tenha alterações na coloração de sua pelagem, há três alelos que surgiram a partir de mutações.


Um alelo (c) é responsável pela ausência total de eumelanina e feomelanina no gato, ocasionando a condição chamada de albinismo completo. Enquanto isso, há dois alelos responsáveis pela produção de variantes da tirosinase mais sensíveis à temperatura: o alelo cb resulta no padrão burmês da pelagem, enquanto que o alelo cs resulta no padrão siamês dos pelos!


A informação para a produção da tirosinase é dada pela interação entre os alelos do gene TYR. Assim, a produção da tirosinase e, consequentemente, a pelagem do gato irá variar dependendo de quais alelos ele possui!


Portanto, os pontos típicos de coloração no corpo dos gatos burmeses e siamêses são resultados de outras formas de albinismo e, seguindo a ordem de dominância (qual gene se sobressai sobre qual), a série alélica para o gene TYR da coloração da pelagem dos gatos, é:


C (cor normal) > cb (burmês) ≥ cs (siamês) > c (albino completo)



Sobre os genótipos e os fenótipos:


O genótipo é a combinação dos alelos que carregam a informação para a expressão de uma característica biológica, de acordo com a relação de dominância entre esses alelos, podendo o indivíduo ser homozigoto (quando possui dois alelos iguais) ou heterozigoto (quando possui dois alelos diferentes).


A relação de dominância e recessividade completa quer dizer que um alelo (chamado dominante) se sobressai completamente sobre outro alelo (chamado recessivo), por causa disso dois gatos com os genótipos C/C, C/cb, C/cs e C/c serão completamente iguais, pois o alelo C é completamente dominante em relação aos outros! Além dessa relação, pode ocorrer dominância incompleta entre os alelos, quando isso ocorre o gato apresenta um fenótipo (manifestação das características influenciadas pelos genes) intermediário, o que pode ser observado somente entre os alelos cb e cs neste caso.


Para te ajudar a entender mais sobre todas as combinações de alelos e qual tipo de albinismo eles causam, fizemos esses resuminhos só para você!



O fenótipo burmês ocorre devido à presença da variante alélica (cb) que é menos sensível à temperatura, produzindo, assim, mais pigmento ao longo do corpo do animal em comparação ao siamês. Porém, as regiões com maior pigmentação continuam sendo as mais frias (extremidades), onde há maior atividade enzimática para a produção do pigmento.

Genótipos: cb/cb e cb/c.




Gato Tonquinês.

O fenótipo tonquinês se originou do cruzamento entre o burmês e o siamês. Essa característica é um intermediário entre esses dois, já que os alelos para essas pelagens possuem dominância incompleta - isso quer dizer que as duas características se misturam.


Genótipo: cb/cs.







Gato Siamês.

A característica física do siamês possui pontos de coloração bem demarcadas nas extremidades corporais - orelhas, face, patas e rabo. Isso porque a variante alélica (cs) desse é mais sensível à temperatura, sendo quase totalmente inativa nas regiões mais quentes do corpo (produz menos pigmentos) e mais ativa nas regiões mais frias.

Genótipos: cs/cs e cs/c.



Gato Albino.

O gato albino completo não possui nenhum tipo de pigmento, ou seja, a variante alélica para esse tipo de albinismo (c) impede a atividade enzimática da TYR. Suas características:

  • pele rosada (nariz, orelhas, patas e ao redor dos olhos);

  • olhos azuis, verdes, ou um olho de cada cor (um verde e um azul);

  • pelagem branca.

Genótipo: c/c.


Agora você já sabe um pouco mais sobre essas fofuras que são colírios para os nossos olhos, mas não se esqueça de dar uma olhadinha nos nossos outros posts e enriquecer ainda mais seus conhecimentos sobre os fofolinos! Até mais! :)



Fonte das imagens:

Imagem 1: http://onlineresize.club/pictures-club.html


Imagem 2: https://domdrug.life/koshki/porody-koshek/poroda-burma.html


Imagem 3: https://br.pinterest.com/pin/634726141214369096/


Imagem 4: https://www.gopetplan.com/blogpost/lady-and-the-tramp-petplan-pet-insurance-shines-the-spotlight-on-hereditary-problems-faced-by-famous-pet-breeds


Imagem 5: https://www.istockphoto.com/fr/photo/la-bobine-blanc-avec-yeux-bleus-se-trouve-sur-un-fond-blanc-gm522740442-91754281


Referências:

Allelic series at the Colour locus in domestic cats. Disponível em: <https://www.mun.ca/biology/scarr/Albinism_in_cats.html>. Acesso em: 28 jun. 2019.

Bruna, M. H. V. Albinismo. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/albinismo/>. Acesso em: 28 jun. 2019.


Fernanda, B. Raça de gato tonquinês. Disponível em: <https://www.portaldosanimais.com.br/informacoes/raca-de-gato-tonquines/>. Acesso em: 29 jun. 2019.


Formação da melanina. Disponível em:<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/formacao-da-melanina/69165>. Acesso em: 28 jun. 2019.


Imes, D. L; Geary, L. A; Grahn, R. A.; Lyons, L. A. Albinism in the domestic cat (Felis catus) is associated with a tyrosinase (TYR) mutation. Wiley Online Library, 2006. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1464423/>. Acesso em: 28 jun. 2018.


Leote, D. Gato Albino – Nem todo gatinho branco é albino! Entenda!! Disponível em: <http://www.paginadopet.com.br/gato-albino/>. Acesso em: 28 jun. 2019.


Lyons, L. A.; Imes, D. L; Rah, H. C.; Grahn, R. A. Tyrosinase mutations associated with Siamese and Burmese patterns in the domestic cat (Felis catus). Wiley Online Library, 2005. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-2052.2005.01253.x>. Acesso em: 27 jun. 2019.


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2 Comments


Leticia Andrade
Leticia Andrade
Jul 01, 2019

Lindoooss

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Gustavo Ronqui Rodrigues
Gustavo Ronqui Rodrigues
Jul 01, 2019

Muito interessante!

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